
Maitê Proença é paulista de nascimento. Estudou na Escola Americana de Campinas, instituição que era destinada principalmente a filhos de norte-americanos residentes no Brasil, onde aprendeu a falar inglês fluentemente. Ainda adolescente, ela residiu na França por um determinado tempo. No ano de 1979, ela ingressou na Rede Globo de Televisão, sendo seu primeiro papel como protagonista na novela “As Três Marias”. Esteve na emissora por trinta e sete anos. Também atuou na Rede Manchete. Tem atuações importantes no teatro e no cinema. Além de atriz, ela também é autora de diversos livros. Portanto, Maitê Proença tem uma trajetória rica, tendo uma carreira reconhecida e respeitada. Ela me atendeu com muito carinho para essa entrevista rápida, mas carregada de carinho. Além de tudo isso ela é minha diva. Abafa!
JP – Quando despertou em você o interesse em ser atriz? Quais foram os seus primeiros trabalhos como atriz?
Foi o acaso que me levou para a atuação, eu ia fazer outras coisas. Mas caí nisso e sigo há 44 anos. Há vinte anos escrevo minhas próprias peças de teatro, e tem funcionado bastante bem tudo isso. Minha ultima peça, que está em cartaz hoje no Rio de Janeiro, depois de viajar o país, é autobiográfica e conta bem essa história.
JP – O que é ser uma atriz? Quais são os requisitos necessários para ser uma atriz reconhecida e respeitada?
Uma profunda curiosidade pelos outros humanos, e também uma boa dose de auto-observação. Afora isso, estar com o corpo – incluindo mente, emocional, etc – sempre azeitados e disponíveis. É uma missão de 24 horas todos os dias.
JP – Como se deu a sua contratação pela Rede Globo de Televisão? Qual a importância da Globo para a sua trajetória como atriz?
Fiquei 37 anos na TV Globo, passei pelas diversas fases da emissora, inclusive a sua transformação na maior empresa de comunicação do país, e protagonizei trabalhos marcantes que o mundo inteiro viu.
JP – Quais foram as novelas da Globo em que você atuou que mais marcaram a sua carreira?
Acho que Guerra dos Sexos, O Salvador da Pátria, Felicidade, A Vida Como Ela É, Liberdade Liberdade.
JP – Com a criação da Rede Manchete no ano de 1983, você foi uma das atrizes integrantes da Globo que migraram para aquela emissora. Como se deu a sua ida para a Manchete? Fale um pouco sobre os dois trabalhos em que atuou, Marquesa de Santos, e Dona Beija.
Abrimos uma nova frente de trabalho. Havia um monopólio e ir para a Manchete significava quebrar isso e ampliar o mercado de trabalho para técnicos e artistas. Fiz A Marquesa de Santos, Dona Beija, e Corpo a Corpo, além de apresentar o Programa de Domingo, uma revista semanal com assuntos e atrações variadas.
JP – No teatro, no momento está atuando no monólogo O Pior de Mim. Em sua trajetória o que você considera que há de pior em você?
É uma grande elaboração, que em vez de exibir os sucessos como as pessoas públicas gostam de fazer, conta as histórias dos fracassos. Para quem não consegue assistir porque está longe, tem o livro de mesmo nome, que nasceu depois da peça (e não ao contrário).
JP – Sobre o meio artístico, você considera que está havendo renovação? Há jovens talentos surgindo? Como relacionar os jovens talentos com os grandes figurões do meio artístico, que já têm uma experiência e trajetória consolidada?
A renovação é natural, sempre existiu e é extremamente saudável.
JP – Quais são os seus projetos futuros?
Estou focada na peça. Gravei a terceira temporada da série Bom Dia Veronica, da Netflix, que irá ao ar no fim deste ano, acho. Vou dirigir uma peça de teatro com uma colega protagonizando, ainda não é hora de falar a respeito, mas é pra logo. E pretendo sentar e escrever uma história para crianças, já está na cabeça.
JP – Vale a pena ser atriz em terras brasileiras? Qual é a mensagem que você deixa para as futuras atrizes?
Se você se preparar, e então souber se jogar com sua mais pura verdade, e não se importar em ter a vida privada devassada, vá com tudo.