
Raimundo Rodriguez, Therlma Innecco e Caren May
Exposição individual faz um recorte da carreira do artista visual, com esculturas, instalações, assemblages e painéis produzidos entre 2011 e 2023. É em seu ateliê, com mais de mil metros quadrados, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que o artista visual Raimundo Rodriguez passa cerca de 12 horas por dia dando novos significados a materiais encontrados. Latas de tinta, retalhos de tecidos, vidros vazios de perfume, sobras de madeira, fotografias, brinquedos e bilhetes antigos, nada escapa ao seu olhar minucioso, que devolve os objetos ao mundo em forma de arte.
Todos os detalhes desse processo artístico tão pessoal chamaram a atenção da curadora Sonia Salcedo del Castillo, que selecionou um pequeno recorte das quatro décadas de trabalho de Raimundo Rodriguez para a exposição “Labirinto Particular”, em cartaz de 27 de outubro a 27 de janeiro de 2024, na Galeria Sesc Copacabana. A mostra reúne cerca de 20 obras entre esculturas, instalações, assemblages, pinturas e painéis de sete séries produzidas pelo artista no período de 2011 a 2023.
“Essa exposição é realmente parte da minha história, da minha memória e dos meus sentimentos. Meu ateliê é um labirinto, com todo o tipo de material que pode existir. Meus trabalhos não têm fim. Volto, revisito, estão sempre em movimento”, conta o artista visual. A grande inspiração de Raimundo vem da arte popular brasileira, do neodadaísmo, dadaísmo, neorrealismo e da pop art. Produzida pela Modernistas Produções, a mostra “Labirinto
Particular” foi selecionada através do Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2022.
Numa montagem enxuta, a primeira série que o público vai conferir é “Heróis e Vilões”. Totalmente em preto e branco, os trabalhos são interferências de seres abissais feitas pelo artista em plotter de histórias em quadrinho guardado desde 2011. A série “#papelariatem tudo” é uma espécie de diário, com todo o tipo de papel que faz parte da vida de Raimundo, de rabiscos e anotações de reuniões a fotos antigas e recados de alunos.
Fotos Marco Rodrigues