
JP – Olá Montenegro! Qual é o tema principal da obra de sua autoria Ser Artista?
O tema da minha peça é a história da minha história, dos meus 37 anos de carreira com as grandes damas do teatro brasileiro, com quem eu produzi mais de 100 (cem) peças e no espetáculo eu vou homenagear 10 (dez) delas com que eu produzi, 6 (seis) delas não estão mais aqui nesse plano e 4 (quatro) estão vivas. E aí você pode dar o nome das atrizes se quiser.
JP – Para um artista ser reconhecido e ter prestígio perante a classe e a sociedade, quais são os passos que ele deve seguir?
Para ele ter prestígio e presença na sociedade, é buscar fazer obras sólidas no teatro brasileiro, consistentes artisticamente, e boas escolhas também no mercado audiovisual, não se vendendo à banalidade nem à exposição gratuita. Eu cresci com as atrizes que sempre primaram pelo estudo e pela formação para dar consistência nas escolhas dos seus personagens.

JP – Quais são os prós e os contras de se trabalhar com artistas?
Os prós e contras que eu trabalhei com artista é como qualquer outra profissão, né? Mas no meu caso os prós foram sempre infinitamente maiores, porque o legado que essas mulheres deixaram na minha vida, em forma de cultura, educação e arte, são imensuráveis. E hoje eu me sinto uma pessoa com comprometimento de levar esse legado à juventude que está chegando.
JP – Como a sociedade brasileira vê a classe artística?
A classe artística, a sociedade brasileira sempre teve muito orgulho de seus artistas. Eu cresci vendo as grandes damas lotando o teatro brasileiro por todo o país. Teatros de dois, três mil lugares sempre lotados, com muito respeito e admiração pelo trabalho delas, não só no teatro, como também na televisão. Infelizmente, com o passar do tempo, isso vem mudando muito. O último governo do Bolsonaro jogou muito a classe artística na parede, massacrou muito os artistas, mudou muito a opinião pública, fazendo uma deturpação através da lei Rouanet, e usou isso para manipular a sociedade contra a gente. Ao mesmo tempo, a televisão hoje está etarista, e também está se vinculando dos grandes talentos, porque eles estão sem oportunidade na televisão. Mas os brasileiros têm muito orgulho de ser os grandes artistas, porque nós temos artistas talentosos em todas as áreas.
JP – Você prefere trabalhar com produção ou agenciamento? Justifique.
Hoje, eu prefiro trabalhar com agenciamento porque eu não produzo mais desde 2015. A produção do espetáculo Ser Artista é uma coisa extremamente pontual, porque é um projeto da minha carreira. Mas eu não voltaria a ser um produtor de teatro. Na verdade, a minha grande despedida do teatro como produtor, somente agenciamento.
JP – Comente sobre o trabalho que você desenvolve na Montenegro Talents.
Hoje, a Montenegro Talents é uma empresa voltada para agenciamento de atores, autores, diretores, jornalistas e desenvolvimento de conteúdo. Fora o agenciamento, desde que eu lancei o livro em 2020, ser artista, também virei autor, e eu potencializei o desenvolvimento de conteúdo para a indústria audiovisual aqui no escritório.
JP – E, para finalizar, quais são os seus projetos futuros? Deixe uma mensagem para os seus seguidores.
Meu projeto futuro é o desenvolvimento da marca Ser Artista. Ela já tem um livro, já tem a Masterclass, a peça, vem aí o documentário, a série, o instituto, tem o podcast, tem os produtos e também virá o prêmio Ser Artista. E meu recado é estudem, a arte salva, cura, educa e resiste.