
Época feliz para o teatro brasileiro. Premiação dos destaques de 2023. Um sabor especial porque o teatro está a todo vapor, felizmente. Espetáculos primorosos de todos os estilos, de monólogos a grandes musicais com platéias lotadas. É disso que o teatro precisa e gosta. O Prêmio Shell chega a 34ª e este ano a premiação aconteceu em São Paulo no teatro Sérgio Cardoso e será transmitida pela TV Cultura no próximo dia 30-03.
A cerimônia contou mais uma vez com apresentação das atrizes Maria Orth e Verônica Bonfim, repetindo a dupla de apresentadoras do ano passado, reafirmando a presença feminina. O prêmio Shell é sem duvida dos mais esperados e desejados da categoria, sobretudo, por ser um prêmio longevo que ao longo da história de premiações vem se renovando e imprimindo cada vez mais credibilidade e diversidade. A novidade desta edição foi a inclusão da categoria Destaque Nacional, que visa premiar espetáculos de todas as partes do país, que premiou a atriz Tahy Tentehar primeira atriz indígena a receber o prêmio.
Sem dúvida, o ponto alto da cerimônia foi a homenagem a dois atores e diretores dos mais respeitados da história do teatro que trazem que o vivem de forma visceral, inspirando e formando gerações. Atores cuja trajetória se confunde com a história do teatro brasileiro; Amir Haddad e Renato Borghi, ambos fundadores do Teatro Oficina ao lado de Zé Celso Martinez, teatro que marca a cena brasileira. Merecida homenagem.
Foram vencedores no Rio de Janeiro: Dramaturgia Vinicius Baião, direção Luiz Antonio Pilar, ator Matheus Macena, Atriz Zahy Tentehar, cenário Ricardo Rocha, figurino Luiza Macier, Iluminação Ana Luiza Mohirari de Simoni e música André Mello. Em São Paulo, dramaturgia Carlos Canhameiro, direção Antônio Araújo, ator Maurício Tizumba, atriz Grace Gianoukas, cenário: Eliana Monteiro e William Zarella Junior, figurino Karen Brusttolin, música Naruna Costa e iluminação Aline Santini. Energia que Vem da gente contemplou no Rio de Janeiro, premiou Cia dos Comuns, pelos seus 22 anos de atuação e em SP o Palacete dos Artistas, Projeto de moradia e assistência no centro de São Paulo voltado para artistas veteranos.
O júri no RJ é composto por Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator), Ana Luisa Lima (professora, produtora e gestora cultural), Biza Vianna (figurinista, diretora de arte e produtora cultural), Patrick Pessoa (professor, dramaturgo e crítico teatral) e Paulo Mattos (curador e produtor cultural) no Rio de Janeiro. Em SP Evaristo Martins de Azevedo (crítico de arte), Ferdinando Martins (professor e crítico de arte), Luiz Amorim (ator, diretor e gestor em produção cultural), Maria Luisa Barsanelli (jornalista) e Luh Maza (dramaturga, diretora, roteirista e atriz).
Inegavelmente a tribo do teatro se legitima ainda mais nesses momentos de congraçamento e reconhecimento e sente-se estimulada a seguir com renovado entusiasmo e determinação. Facetas que só o teatro brasileiro conhece.