
Com a menopausa, as mudanças hormonais podem interferir na libido, mas, segundo especialistas, é necessário avaliar a presença de doenças crônicas, a dinâmica da relação do casal, os níveis de estresse, dentre outros fatores, que podem estar contribuindo para a baixa do desejo. O endocrinologista Rander Alves, da Clínica Les Peaux, conversou com a coluna e esclareceu algumas dúvidas. Confira!
JP – A libido da mulher é multifatorial. Até que ponto a reposição de hormônios como a testosterona impactam na melhora do desejo feminino?
Para algumas mulheres, especialmente aquelas na pós-menopausa ou com deficiência de testosterona, a reposição hormonal pode aumentar a libido e o interesse sexual. No entanto, é importante reconhecer que nem todas as mulheres com baixa libido se beneficiarão da reposição de testosterona, pois o desejo sexual feminino é influenciado por uma série de fatores.
JP – A questão emocional pode também influenciar na libido. Até que ponto desequilíbrios emocionais e até mesmo uso de medicamentos para essa finalidade podem interferir na libido feminina?
Vários aspectos emocionais podem influenciar a libido feminina, incluindo estresse, ansiedade, depressão, autoestima, problemas de relacionamento, traumas passados e falta de conexão emocional.
Os antidepressivos, especialmente os Inibidores da recaptação de serotonina, podem diminuir o desejo sexual e causar dificuldade. Esses efeitos podem ocorrer devido às alterações nos neurotransmissores e nos níveis hormonais causados pelos medicamentos.
Importante alertar que em caso de diminuição significativa na libido ou outros efeitos colaterais sexuais enquanto toma antidepressivos, é importante conversar com o médico que prescreveu o medicamento para ajuste a dose, mudar para um medicamento diferente ou explorar outras opções de tratamento para ajudar a no alívios dos sintomas da depressão sem comprometer a libido.
JP – Como é feita essa abordagem terapêutica da baixa libido na pós-menopausa?
A abordagem terapêutica da baixa libido na pós-menopausa começa com uma avaliação médica abrangente para identificar possíveis causas, como desequilíbrios hormonais, problemas de tireoide, doenças crônicas ou efeitos colaterais de medicamentos, incluindo exames de sangue para verificar os níveis hormonais. Em seguida, são consideradas opções como terapia hormonal e sexual.
Além disso, enfatiza-se a importância de incorporar exercícios físicos regulares e mudanças no estilo de vida.
Buscar orientação médica e apoio profissional é fundamental para adaptar uma abordagem personalizada, visando melhorar a qualidade de vida sexual de cada mulher.