
Beniste e Marcelo Fritz
Os tambores vão rufar, literalmente, no dia 10 de agosto, na Quadra da Portela, para receber o grupo Filhos de Gandhy, vindo de Salvador, além do grupo Afro Orunmilá e do professor José Beniste. Cada um deles têm extrema relevância para a cultura brasileira, construído e propagado durante a vida, o legado já entregue por eles, transborda de ensinamentos, emoções e valores.
José Beniste é um ogã, historiador e pesquisador brasileiro, conhecido por suas contribuições à cultura afro-brasileira, especialmente ao candomblé. Filho de pais libaneses e criado na religião judaica, Beniste teve seu primeiro contato com a religião espírita no Templo Espírita Tupyara, no Rio de Janeiro, após uma cirurgia espiritual de sua esposa, Dona Carol. Essa experiência despertou seu interesse pela doutrina espírita e pelas religiões afro-brasileiras.
Beniste estreou um programa inovador na Rádio Rio de Janeiro, na década de 1970, que divulgava as religiões afro-brasileiras, aproximando-o do mundo do candomblé. Foi também responsável por um dos maiores festivais de cantigas de umbanda da época, e fundou, em 1982, o curso de língua iorubá Brasil-Nigéria.
Confirmado como ogã pela ialorixá Cantu de Airá Tola em 1984, Beniste trocou a Tijuca pelo Recreio dos Bandeirantes nos anos 90 e escreveu diversos livros sobre a cultura yorubá, incluindo “Òrun Àiyé, o encontro de dois mundos”, “Jogo de Búzios”, “Águas de Oxalá”, “Mitos Yorubás” e “Dicionário Yorubá”. José Beniste, participou em 1998 da fundação do ICAPRA- Instituto Cultural de Apoio e Pesquisa às Tradições Afro, onde é presidente até os dias atuais.