
Mais do que nunca, para a atriz Edvana Carvalho, este é o momento de falar sobre a mulher negra e sua maturidade, os aspectos sentimentais e sociais de seu empoderamento, abordando temas como sexo, envelhecimento, filhos, relacionamentos e sororidade ao ultrapassar as barreiras trazidas pelos 50 anos. E é isso que a atriz e também coautora do espetáculo “Aos 50, quem me aguenta?” apresenta na temporada carioca da montagem, que estreia dia 11 de setembro às 19h no Teatro Glauce Rocha, na Carioca, no Centro da cidade. Escritos por Edvana, os textos do espetáculo dirigidos por Marcelo Praddo são inspirados no formato do Ted Talk, em que conversas curtas são apresentadas de forma bem-humorada sobre as diversas situações vividas no âmbito pessoal da intérprete.
“Aos 50 – Quem me aguenta?” traz uma abordagem crítica e consciente, de uma mulher frente às demandas de uma sociedade que ainda se guia pela valorização da juventude. Assim, temas como machismo, misoginia, racismo e preconceitos diversos, servem como fonte para quebrar paradigmas e mostrar as novas possibilidades do feminino no contexto contemporâneo.
“Essa peça vem para comemorar os meus 40 anos de teatro e a minha vivência na meia-idade. Estou vivendo outra fase na minha vida, que também é de total empoderamento. Já me tornei avó, gosto de dizer que me tornei vovógata! E, pela primeira vez, subo ao palco sozinha, um desafio que eu mesma me impus pessoalmente e como artista, para falar sobre a mulher que eu vi crescer em mim nesses 56 anos de idade”, reflete a também intérprete de Inácia, no sucesso “Renascer”.
Segundo Edvana, a peça toca em muitos tópicos, dentre eles relacionamentos, filhos, a síndrome do ninho vazio, questões sociais, cotidianas e, claro, situações engraçadas. Outra perspectiva, que permeia toda sua carreira, é a de ser um instrumento de representatividade. “Acredito que devemos estimular sempre a ideia de que meninos e meninas negros, oriundos da periferia, como eu, podem ser atores e atrizes. Podemos estar em todos os lugares que quisermos e, a cor da minha pele, origem e etnia, não podem ser entraves para isso”, reforça.