O figurino, criado por Giovanni Targa e vencedor do Prêmio Fita, foi indicado ao Prêmio Shell e é um destaque da peça, simbolizando as camadas de opressão e a complexidade de Sofia, mulher reprimida que agora, finalmente, tem sua voz ouvida. Segundo a atriz Rose Abdallah, a obra revela um lado desconhecido e chocante de Tolstói, um homem que, apesar de seu gênio literário, reproduzia normas opressoras do Domostroi, o antigo manual russo de conduta familiar. Abdallah pontua que, embora Sofia tenha sido retratada como vilã por gerações, os movimentos feministas estão corrigindo essa injustiça histórica.
Casada por 48 anos com Tolstói, Sofia Tolstói é vista através de seus diários, nos quais documentou a dolorosa experiência de uma relação patriarcal e abusiva. Com uma linguagem contemporânea e voz libertária, a peça faz justiça ao protagonismo feminino, dando à personagem a oportunidade de falar com intensidade e raiva justificada. A ambientação com figurinos detalhados e que remetem ao inverno russo adiciona ainda mais peso ao drama.
Serviço:
“Só vendo como dói ser mulher do Tolstói”
Dia 28 de outubro, 20h
Teatro Adolpho Bloch: Rua do Russel, 804 – Glória
Duração: 1h
Classificação: 16 anos
Venda de ingressos: Sympla
Valor: entre R$20,00 e R$60,00