
A exposição Finca-pé: Estórias da Terra, de Antonio Obá aporta no Rio de Janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), especo conhecido pelas excelentes exposições e ampla programação cultural. Percorrer essa mostra foi uma experiência única, um mergulho profundo na ancestralidade e na conexão do artista com suas origens. A exposição apresenta um diálogo sensorial entre corpo e terra, memória e identidade, convidando o público a uma experiência imersiva e reflexiva.
Reconhecido no cenário da arte contemporânea brasileira e internacional, Obá apresenta uma mostra profundamente conectada à ancestralidade, à memória e à relação do corpo com a terra.
Nesta exposição, o artista revisita suas raízes com um olhar saudosista e sensorial, explorando a formação da identidade a partir da matéria primordial: o solo e a terra de onde viemos, por meio de pinturas e esculturas que revelam a ancestralidade de sua terra natal.
Um dos destaques da mostra é uma videoperformance impactante, encenada pelo próprio artista, que conduz o espectador por uma peregrinação íntima e poética. A câmera acompanha sua jornada em um cenário agreste, capturando detalhes em macro dos elementos que compõem essa paisagem — rachaduras no solo, grãos de terra, a biodiversidade única. O vídeo imerge o público em uma experiência que evoca a conexão visceral entre corpo e território.
Na última parte da exposição, em parceria com o artista Marcos Siqueira, a mostra apresenta obras que dialogam diretamente com as texturas e materiais de sua terra natal. Aqui, a matéria-prima se torna protagonista: pigmentos naturais, fibras, poeira e argila se entrelaçam para criar superfícies que carregam as marcas do tempo e das histórias que ali se sedimentaram.
Com Finca-pé: Estórias da Terra, Antonio Obá reafirma sua potência artística ao transformar memória, matéria e identidade em arte. A exposição convida o público a um mergulho sensorial e afetivo, onde a terra não é apenas cenário, mas personagem viva de uma narrativa ancestral.
Em cartaz de quarta a segunda de 09h às 20h até 2 de junho, com entrada franca. Ingressos disponíveis uma hora antes.
Estagiária
Supervisão Rogéria Gomes