
Através de uma pesquisa que perpassa a dualidade entre vida e morte o artista visual Luiz Eduardo Rayol apresenta “Andorinhas-da-lua”, sua primeira grande exposição individual institucional, que inaugurada mesta quarta-feira, 19, no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. Com curadoria assinada por Fabrício Faccio, Rayo mostra uma produção baseada em uma série de esculturas e pinturas de grande formato que lidam com a tensão entre a vida, a morte e o cosmos. O artista cria e propõe um lugar de demora, onde decantam-se juntos a poética da mortalidade e a melancolia da memória. O título da exposição, tomado em empréstimo do poema de Paul Celan, ressoa como materialidade rarefeita. “Ao tentar fugir da ultra-profanação da vida contemporânea, em um movimento ao sagrado, construo as obras sem certezas pictóricas ou éticas políticas na superfície, convido à demora e ao
demorar-se; e dessa prática de aprofundamento o todo pode emergir”, destaca o artista ao projetar suas obras.
Cerca de 25 obras fazem parte da exposição “Andorinhas-da lua”, onde a representação e a significação se tensionam no espaço da obra, e cada elemento parece anunciar sua própria dissolução. “O olhar do artista para a finitude não é um olhar de lamento, mas de reconhecimento da impermanência, como se cada sombra projetada em sua pesquisa carregasse consigo o peso e a leveza do efêmero. Nesta exposição, Rayol tensiona os limites do bidimensional e desloca sua poética para o campo tridimensional com esculturas. As sombras, expostas na série, ganham um papel estrutural: materializam-se e aparecem em destaque”, afirma o curador Fabricio Faccio.
Confira como foi a abertura, nas fotos de Cristina Granato.