
Muita gente da cena das artes plásticas carioca passou pela Galeria Anita Schwartz na noite desta quarta-feira,4, para conferir a mostra “Cildo Meireles: percurso e presença”, uma homenagem ao maior expoente da arte conceitual brasileira, que recebeu amigos e artistas no espaço.
Em temporada até 5 de julho, no segundo andar da galeria, na Gávea, a exposição resgata uma seleção de gravuras e desenhos produzidos nas décadas de 1960, 1970 e 1980, pouco conhecidos pelo público. Ao chegar, o próprio Cildo revelou que há décadas não via aquelas obras: “Fico feliz de rever estes trabalhos. Mais que feliz, estou emocionado”.
Além das peças gráficas, estão reunidos alguns objetos em pequena escala, que compõem instalações icônicas da produção do artista.
“A mostra destaca uma vertente menos conhecida, mas de grande relevância no processo criativo do Cildo. A prática do desenho permeia sua produção desde a infância e desempenhou um importante papel em sua trajetória”, comenta Cecília Fortes, consultora artística da galeria.
Durante muitos anos, o desenho foi a principal fonte de receita do artista carioca. A venda destes trabalhos para amigos e colecionadores possibilitou que Meireles se dedicasse à carreira e realizasse projetos mais complexos, pelos quais se tornaria mundialmente conhecido.
Entre as obras apresentadas estão desenhos livres de cenas guardadas na memória do artista. Alguns inspirados nas máscaras africanas e outros que aludem às histórias em quadrinho. Há também composições abstratas com predominância da cor e tracejados evocando situações de dor e violência.
Fotos Cristina Granato