
À escrita de duas irmãs que promove reconexão e autoconhecimento
As palavras atravessam o tempo e se transformam em pontes entre o que fomos e o que ainda podemos ser. Em um encontro íntimo, profundo e inspirador, conversei com duas mulheres que transformaram suas vivências em obras que transbordam sentido e propósito: Lúcia Câmara e Silvia Câmara Martinez. Duas irmãs lançam juntas, em três cidades brasileiras, seus novos livros — O Poder do Seu Passado e Cartas da Natureza – uma jornada de autoconhecimento e autotransformação — obras que nascem do desejo de compartilhar caminhos de superação, reconexão interior e espiritualidade.
Ambas têm trajetórias marcadas por desafios que, longe de paralisá-las, tornaram-se combustível para novos começos. Lúcia nos convida a enxergar os “tesouros” que carregamos sem perceber. Silvia propõe um mergulho em si mesmo, guiado pela escuta da natureza e pela escuta interior. E o mais belo: durante os lançamentos, as vendas dos e-books serão revertidas para instituições filantrópicas no Brasil e nos Estados Unidos.
Confira aqui nossa entrevista exclusiva com as autoras!
JP – Lúcia, em sua obra você fala sobre a importância de transformar a dor em força. Qual foi o momento mais desafiador dessa jornada e como ele redefiniu sua visão de vida e propósito?
Na realidade esse livro eu foquei em como transformar os seus desafios em força. O foco do livro é olhar para o passado como um arqueólogo à busca de tesouros. Foram vários momentos desafiadores, como eu pontuo no livro: AVC, câncer, diabetes, cirurgia no coração… Também vivi tempos muito difíceis em 2008, quando a bolha do mercado americano estourou. Me encontrei debilitada física, emocional e financeiramente. Porém, com muita fé em Deus e resiliência, consegui cocriar minha vida com alegria e propósito.
JP – Silvia, seu livro traz uma mensagem de conexão interior e autotransformação. Qual foi a inspiração inicial para começar essa escrita?
O meu ofício como psicóloga me convida a todo momento a essa reflexão: manter-me conectada e em processo de autoconhecimento contínuo. A inspiração inicial chegou no período da pandemia, a partir de inúmeros atendimentos, de observações pessoais e coletivas. Comecei a fazer anotações e pensar no livro, ainda sem nome. Somente em 2024 decidi materializá-lo como Cartas da Natureza – uma jornada de autoconhecimento e autotransformação.
JP – Lúcia, no seu livro “O Poder do Passado” você convida o leitor a revisitar memórias com um novo olhar. Você acredita que todas as pessoas têm um ‘tesouro’ escondido no próprio passado? Como identificá-lo?
Absolutamente. Todos nós, independente da idade, acumulamos o que vejo como tesouros escondidos. No livro, proponho um exercício prático (Quadro dos Tesouros) para que o leitor busque essas memórias positivas: aprender a nadar quando criança, uma conquista profissional, um encontro com o divino… São esses marcos que fortalecem nossa identidade e mostram nossa força.
JP – Silvia, quais experiências pessoais mais marcaram o conteúdo do seu livro e o tornaram tão íntimo e autêntico?
Essa pergunta exigiria que eu trouxesse boa parte do prefácio e dos textos da obra. Ao longo da escrita, fui intercalando teoria e prática, o que, acredito, traz o tom de intimidade. Há muito de mim em cada carta escrita.
JP – Lúcia, você poderia compartilhar mais detalhes sobre os projetos filantrópicos em Orlando e também sobre a Fundação Instituto Resistência e Persistência, onde as vendas do seu E-book serão revertidas?
A filantropia sempre fez parte da minha vida. Na época da faculdade, já ajudava crianças de orfanato e fazia ceias de Natal para crianças de rua. Agora, nos EUA, escolhi a Hope & Justice Foundation (https://
JP – Silvia, durante o lançamento, vocês terão ação filantrópica para uma instituição em Salvador. Como você enxerga o impacto social desse gesto e qual mensagem deseja transmitir com essa atitude?
Em Salvador, a renda dos e-books será revertida para o Lar Pérolas de Cristo, que acolhe crianças vítimas de abuso sexual paterno. Diante de tanta vulnerabilidade, acredito que cada gesto conta. Sempre estive vinculada a ações filantrópicas, e essa é mais uma forma de despertar outras pessoas para fazerem o que lhes for possível por um mundo mais justo.
JP – Lúcia, o que você diria para mulheres que estão em um momento de recomeço e ainda não conseguem enxergar força em suas próprias histórias?
Não importa sua situação atual, você já construiu muito na sua vida. Meu conselho é olhar para o passado com carinho e desenvolver sua fé. As leitoras que já tiveram contato com o livro relataram que aumentaram sua autoestima, empoderamento e relação com o Ser superior. Há força em você — só precisa reencontrá-la.
JP – Silvia, que conselho você daria a pessoas que estão no início da jornada de autoconhecimento e ainda não sabem por onde começar?
A conexão com a natureza e a leitura são excelentes portas de entrada. O meu livro, ou qualquer obra semelhante, pode servir de instrumento lúdico e reflexivo. Esse primeiro passo pode inspirar o leitor a buscar um processo terapêutico e, com isso, acessar emoções, padrões e dores que precisam ser vistos, cuidados e transformados.
JP – Lúcia, viver nos Estados Unidos, longe das raízes brasileiras, trouxe uma nova perspectiva sobre identidade e pertencimento?
No início foi difícil, eu era muito jovem e o choque cultural foi grande. Com o tempo, me inseri na cultura americana e hoje considero os EUA meu lar. As vivências aqui influenciaram meu modo de pensar, escrever e, principalmente, minha missão: ser feliz, viver intensamente e contribuir para o crescimento de quem está ao meu redor.
JP – Silvia, seu livro fala de autoconhecimento e espiritualidade. Qual foi o maior aprendizado pessoal durante a escrita?
Percebi que minha escrita é um gesto de gratidão ao universo. Escrevo não para ensinar, mas para abrir espaços, costurar mundos e criar pontes entre o visível e o invisível. A escrita foi meu templo, e o livro é meu presente ao mundo.