
Por Henrique Pinheiro – Economista e produtor executivo de “Terra Revolta-João Pinheiro Neto e a Reforma Agrária”.
Nesta sexta-feira, dia 22 de agosto, os amigos, admiradores e seguidores políticos de Juscelino Kubitschek (1902-1976), com certeza, lembrarão do aniversário de morte de Juscelino Kubitschek.
O democrático presidente JK morreu no dia 22 de agosto de 1976, em acidente de carro, na Rodovia Presidente Dutra, durante viagem de carro, com seu motorista de confiança, Geraldo Ribeiro, que dirigia um Chevrolet Opala.
Em plena ditadura militar, a morte de Juscelino abalou a todos os que defendiam a democracia e que tinham saudades do Brasil de antes da deposição de João Goulart.
No ano em que morreu, JK circulava pelas ruas de Copacabana, no Rio deJaneiro,
por Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, vigiado por agentes do DOI-CODI, que o ameaçavam, constantemente.
Mais de trezentas mil pessoas assistiram ao sepultamento de Juscelino Kubitschek, em Brasília.
O velório, no Rio de Janeiro, também levou uma multidão de admiradores ao prédio da Manchete, na Rua do Russel.
Um grande cortejo popular levou o caixão de Juscelino do edifício da Editora Bloch até o Aeroporto Santos Dumont, onde foi levado para o funeral na capital federal, que ele construiu com a ajuda de Israel Pinheiro, Oscar Niemeyer e outros personagens geniais do país.
Quem levou o caixão de JK, do aeroporto de Brasília para o cemitério, onde está enterrado até hoje, foi a multidão.
Milhares de pessoas, acompanhadas por motociclistas cantaram o hino de Juscelino Kubitschek, o ” Peixe Vivo “, do folclore de Diamantina, cidade onde o grande presidente nasceu.
A população chorava, emocionada, e lembrava do governo da Bossa Nova, da construção de Brasília , dos incentivos à Indústria, à Educação e à Cultura.
Foi o período do desenvolvimento econômico e das liberdades democráticas.
Os militares foram obrigados a assistir, nos dias 23 de agosto, no Rio, e em 24 de agosto, em Brasília, o clamor popular por Juscelino Kubitschek, ex-presidente cassado pelo Ato Institucional número 1, junto com o ex-presidente João Goulart, meu pai, João Pinheiro Neto (ex-presidente da Superintendência da Reforma Agrária no Governo Jango e ex-ministro do Trabalho), Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e outros visionários que queriam melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.
Meu pai teve a honra de trabalhar com Juscelino Kubitschek, desde o governo em Minas Gerais, até a presidência da República, de 1951 a 1960.
No documentário “Terra Revolta-João Pinheiro Neto e a Reforma Agrária”, dirigido por Bárbara Goulart e Caio Bortolotti, que eu produzi, há muitas menções ao inesquecível governo JK.
No dia 29 de agosto, às 18h, o filme será exibido no Cine Henfil, em Maricá, a convite do secretário de Cultura, Sady Bianchin.
Nos debates, lembrarei que, embora tenha feito um governo mais voltado para a indústria do que para o campo (as preocupações com o campo surgiram no Governo Jango e teriam sido postas em prática pela Superintendência da Reforma Agrária, caso o presidente da República não tivesse sido deposto), Juscelino Kubitschek, com o seu espírito democrático, permitiu que as Ligas Camponesas atuassem, a partir de 1956, em seu governo, sob a liderança do advogado Francisco Julião, especializado na defesa dos trabalhadores rurais.
Foi, ainda, no governo de Juscelino Kubitschek que foi criada a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, presidida pelo genial mestre e grande economista, Celso Furtado (cassado pelo golpe militar e que morou no exílio durante muitos anos).
Viva JK!