
Estreou Vermes Radiantes no Teatro das Artes.
A idealização é de Rui Ricardo Diaz, e Maria Eduarda de Carvalho
O autor é Philip Ridley. A tradução é de Diego Teza.
O texto mescla comédia e drama, e é potente, tenso, sarcástico, contemporâneo, crítico, questionador, e reflexivo. Apresenta uma crítica profunda à gentrificação, processo que exclui os vulneráveis, os hipossuficientes economicamente; e à ascensão social desmedida, conseguida por formas não lícitas e violentas. Produz um ataque ao sistema capitalista, selvagem e voraz, do mundo em que vivemos.
O elenco é constituído por Rui Ricardo Diaz, Maria Eduarda de Carvalho e Marco França.
Rui Ricardo Diaz, e Maria Eduarda de Carvalho interpretam Ollie e Jill, respectivamente. Os dois atores atuam com qualidade, e emocionam também, o casal que é contemplado pela “casa dos sonhos”. Eles estão unidos, entrosados, afinados, resultando numa atuação deferida e de louvor.
Por sua vez, Marco França faz a misteriosa Senhorita Dee de forma correta e adequada. Ademais, Marco também é o responsável por conduzir a percussão do espetáculo, sendo também o diretor musical.
No nosso ponto de vista, a cena ápice da peça é a do “aniversário dos infernos”.
A direção de Alexandre Dal Farra realizou as marcações precisas e certeiras, e deu uma direção à atuação de qualidade dos atores, que associa interpretação e emoção
Os figurinos criados por João Marcos de Almeida são de bom gosto e apresenta uma bonita combinação de cores. São roupas do quotidiano.
A cenografia criada por Stéphanie Fretin e Camila Refinetti é criativa, bem solucionada, e original.
A iluminação criada por Lucas Brandão é boa e adequada.
Vermes Radiantes é uma peça de teatro que apresenta um texto crítico e reflexivo; um elenco com uma atuação de qualidade; e, figurinos, cenografia e iluminação que se complementam e formam um bonito conjunto.
Excelente produção cênica!