
A escritora Ana Maria Gonçalves toma posse na cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras nesta sexta- feira, 7 de novembro, na sucessão de Evanildo Bechara, morto em maio deste ano. A escritora é a 13ª mulher a ser eleita, por 30 dos 31 votos possíveis e é a sexta entre as atuais acadêmicas. Com 54 anos – completa 55 seis dias após a posse – é a Acadêmica mais nova a ser eleita. E talvez por isso, terá a alegria de contar com pai e mãe assistindo sua posse na ABL.
Ana Maria Gonçalves foi recebida pela Acadêmica Lilia Schwarcz; recebeu o colar da Acadêmica Ana Maria Machado e o diploma, do Acadêmico Gilberto Gil. A comissão de entrada será formada pelas Acadêmicas Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Miriam Leitão; a comissão de saída pelos Acadêmicos
Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.
A nova Acadêmica preparou algumas novidades para a festa. Ao final da cerimônia de posse, foi servido um jantar sentado para 300 pessoas no pátio externo, com um cardápio africano. Os amigos da escritora também prepararam uma surpresa: um grupo musical chegou à ABL depois de percorrer algumas ruas do centro cantando.
Sobre Ana Maria Gonçalves
Ana Maria Gonçalves nasceu em Ibiá, em Minas Gerais, em 1970. É sócia-fundadora da terreiro Produções. Largou a publicidade, onde trabalhou durante 15 anos, para escrever “Ao lado e à margem do que sentes por mim” e Um defeito de cor”,
ganhador do prêmio Casa de Las Americas (Cuba, 2007) e eleito um dos principais livros para se entender o Brasil.
Já publicou contos em Portugal, Itália e nos Estados Unidos, onde morou por oito anos e ministrou cursos e palestras sobre questões raciais. Foi escritora residente nas Universidades de Tulane (New Orleans), Stanford (California), e Middlebur (Vermont). É roteirista, dramaturga e professora de escrita criativa. Começou a escrever contos e
poemas desde a adolescência, sem chegar a publicar. A paixão pela leitura nasceu durante a infância, e desde criança lia jornais, revistas e livros.
“Um defeito de cor”, de 952 páginas, foi publicado em 2006 e levou cinco anos para ser concluído (dois anos de pesquisa, um de escrita e dois de reescrita). Ele narra a trajetória de Kehinde, uma mulher negra sequestrada no Reino do Daomé e escravizada na Bahia, inspirada na história de Luiza Mahin, mãe do advogado abolicionista Luis Gama.
O livro foi enredo da Escola de Samba Portela em 2024.
Fotos Cristina Lacerda


























































