Raissa Cabral, passista da Beija-Flor de Nilópolis, sonha em fazer sucesso no mundo da moda e revela que já sofreu preconceito por ser negra: ” Já me chamaram de palito de fósforo queimado”. Levada para a azul e branco de Nilópolis com apenas 8 anos, ela entrou para o projeto social Sonho de Um Beija-Flor – do qual faz parte até hoje -, sobre os cuidados e orientação do mestre Edinho. Lá aprendeu a lapidar o samba no pé e hoje festeja 13 anos fiéis a escola.
Paralelo a carreira de passista, a jovem se inscreveu no concurso do Miss Nova Iguaçu, onde ficou sabendo de um teste para uma agência de modelo. Fez o teste, passou e hoje faz parte do elenco da Workshop Models.
“Sempre fui alta e magra. Na escola já me chamaram de palito de fósforo queimado. Eu ficava triste. Muitas vezes não queria ir para escola. O mundo dá moda e o samba eleveram a minha auto-estima. Eu passei a me descobrir, a me aceitar e impor respeito. Nunca mais deixei ninguém falar o que quiser sobre mim”, revela Raissa.
Carnaval é celeiro de mulheres avantajadas, siliconadas e bombadas. Mas a passista não se mostra preocupada com isso.
“Eu não me preocupo muito com essa questão de não ter corpo sarado ‘bombado’ como a maioria das mulheres do carnaval, pois na verdade eu me garanto mesmo é mostrando samba no pé. Carnaval é festa do povo, cabe todo mundo” conclui.
Raissa foi eleita em votação aberta pela comunidade nilopolitana para representar a Beija-Flor no concurso Musa do Caldeirão do Huck. Em breve veremos todo gingado da multa na telinha.