
O meu convidado dessa semana é o cirurgião plástico Marcelo Daher, o responsável pelo desenvolvimento de uma técnica, hoje internacionalmente adotada, para recuperar a aparência lisa e jovem do pescoço.
Graduado pela Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ) em 1973 e Mestre em cirurgia plástica pela PUC-RJ, concluiu a Pós-graduação em cirurgia plástica com o professor Ivo Pitanguy em 1977, também pela PUC-RJ. Durante muitos anos atuou como chefe de departamento da cirurgia plástica do Hospital da Lagoa. Atualmente, o Dr. Marcelo é membro da Internacional Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), secretário da regional Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Fundou a Interclínica do Rio de Janeiro, no Jardim Botânico, onde realiza, sobretudo, cirurgias faciais e contorno corporal. Em nosso bate-papo, o médico fala sobre a escolha pela cirurgia plástica, os desafios da cirurgia plástica no Brasil, planos futuros e claro, do livro que lançará em breve. Confira!
JP – Comente sobre o livro que vai lançar.Todo médico tem uma vontade interior de deixar escrito a sua experiência, o que faz, o que eu faço do ponto de vista técnico. Já tenho dezenas de trabalhos publicados em dezenas de livros e revistas. De forma que eu tive vontade de escrever sobre a minha experiência de consultório, como eu vivo, o contato com o paciente, as dificuldades, como eles enxergam, o resultado, como eu enxergo. O livro mostra uma experiência incerta com o paciente, o leitor leigo ou também o cirurgião plástico que está recém formado, e que necessita de mais informações.JP – Quais são os principais desafios da cirurgia plástica no Brasil?A cirurgia plástica no Brasil é uma cirurgia privilegiada, porque o cirurgião brasileiro é muito festejado lá fora. Todas as vezes que eu viajo, ele se referem a mim como um cirurgião plástico brasileiro. Tem muito nome a cirurgia plástica lá fora. Quem começou toda essa propaganda foi o Ivo Pitanguy. E, nós que viemos como aluno dele, vamos levar essa bola para frente, fazendo congressos, participando, criando técnicas. Hoje em dia a cirurgia plástica brasileira sofreu um processo de “democratização”, ou seja, quando eu comecei a fazer a plástica era uma operação mais de elite. Só o cara classe AA tinha acesso à operação. Hoje não. Até mesmo as classes menos favorecidas têm acesso. Tem médicos que realizam o procedimento por preços mais accessíveis. Tem um grande número de médicos fazendo. Temos também que chamar a atenção da invasão da especialidade por outros médicos e não médicos, como é o caso dos dentistas, que fazem a operação com resultados deploráveis, lamentáveis, acabam mutilando os pacientes, e acabam por tornar à mão do cirurgião plástico novamente. Então, aquele lema famoso, essa é uma dificuldade da plástica. Plástica e com o cirurgião plástico. Não pode fazer plástica com médico que não é especialista, que não é da especialidade. Para isso tem que ver se ele é filiado à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com o MEC. E não pode ser não médico. Porque aquele que faz um procedimento médico, ele tem que saber tratar caso haja alguma complicação. O dentista, o biólogo, o farmacêutico, o enfermeiro, não são médicos. Então, não podem fazer cirurgia plástica.JP – O que gosta de fazer no seu tempo livre? Gosto de aviação. Sou piloto privado. Voo sempre que posso. E pratico tênis. JP – Quais são seus projetos futuros?Divulgar essa técnica nova da rinoplastia eutrófica. Esse trabalho já foi apresentado quarenta e quatro vezes, inclusive no Brasil e no exterior. JP – Uma frase preferida de Marcelo Daher.Aprenda como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer amanhã.



