
Essa semana conversei com o cantor Toni Platão, que está fazendo enorme sucesso com o show “O Amor segundo Herbert Vianna”. Em nossa conversa descontraída e animada ele falou de sua formação musical, suas referências e, claro, sobre o show que está imperdível. Confira!
JP – Quando você começou a se interessar pela música? Pelos relatos familiares desde muito, muito cedo. No colégio, o Brasileiro de Almeida, sempre tive aulas de música e teatro. Tinha uma sala de teatro no prédio e eu vivia por lá. Lembrando disso, creio que sempre gostei é do palco. Já o desejo de tocar um instrumento, de fazer som, vem depois dos 15 anos, quando entrei para o que se chamava curso científico e meu padrasto me deu um violão de presente de aniversário. JP – No âmbito da música, como foi a sua formação? Comecei tarde, aos 15, com aulas de violão, aprendendo as cifras e umas canções, cantando timidamente. Quando vi que realmente gostava daquilo, fui estudar na Pró-Arte, que era das escolas mais respeitadas no Rio. Eu fazia aulas de violão clássico e guitarra e também de teoria musical. Quando descobri que podia cantar, larguei a Pró-Arte e fiz bel canto com a mestra Ilza Correa, que me deu toda base e a quem devo minha voz ter sobrevivido aos anos 80. No início da carreira solo, fui estudar com o mestre Felipe Abreu, que me abriu para outras possibilidades o uso da voz, estendeu meus alcances e me apresentou a outras técnicas. Felipe é meu oráculo até hoje. JP – Quais são as suas principais referências musicais que condicionaram a sua atuação? Não creio que eu consiga responder essencialmente essa pergunta, de fato. Até hoje conheço coisas que mexem comigo, com minha performance, com meu canto. Minhas referências musicais são tão diversas, distantes entre si… acredito piamente que não posso parar de assimilar o que chega. Posso dizer que muito provavelmente a primeira vez que passou por mim algum desejo de cantar, foi por conta de Roberto Carlos e Elvis Presley. JP – Qual é o autor de composições musicais que você mais admira (nacional ou estrangeiro)? Tim Maia e Van Morrison. JP – Tem alguma música que você deseja interpretar num palco e ainda não realizou? Assim, assim… especificamente, não. Na verdade, tem um bando delas e sempre terá. A música popular é a coisa mais linda desse mundo. Sou um apaixonado por canções. JP – No show “O Amor segundo Herbert Vianna”, você recupera o lado romântico do compositor, cantor e guitarrista do grupo de rock Paralamas do Sucesso. Como você estruturou o show? Como foi o processo de seleção das músicas? Foram muitos anos para esse show nascer, crescer e ir pra rua. Começou quando Zé Fortes (empresário dos Paralamas) me mandou alguns cds com tudo dos Paralamas e uns discos solos do Herbert, somando mais de 200 canções. Ainda não havia streaming. O primeiro corte foi o mais fácil, já que era tirar o que não fosse romântico. Fiquei com umas 120 músicas e aí decidi descer para metade, 60. Mantendo a escala, reduzi pra 30 e comecei a tocá-las. Fui vendo as quais eu melhor servia, outras já de cara sugeriam uma pegada interessante pra fazer, e ia garimpando. Essa fase me foi demais prazerosa, apesar de solitária. Então chamei minha parceira Cris Caffarelli e comecei a bater as músicas com ela. Umas ao piano, outras ao violão. Íamos criando os arranjos e foi chegando alguns músicos. Primeiro Gustavo Camardella (guitarra) pra gente realmente dar uma enriquecida musical no material, dar uma cara final as canções. Quando Mauricio Borioni (bateria) e Wlad (baixo) fecharam o time, estava formada a The Soft Parade Band. JP – Comente sobre o período em que você atuou na banda de rock Hojerizah na década de oitenta do século XX. O Hojerizah é minha mãe. Cello, Jones e Alvarenga, da banda, são meus irmãos. Eu vim dali, vim deles e com eles. Ali me forjei. Foi o período da lagarta virar borboleta. Do menino virar homem, como diziam. JP – Qual foi a importância do álbum Calígula Freejack para a sua carreira solo? Ele é fundamental. É o meu segundo solo, depois de um primeiro muito mal lançado e gerido, que me jogou num hiato na minha carreira. O Calígula me lançou por caminhos que eu, sozinho, não tinha percorrido antes. Foi mais de um ano com Dado Villa-Lobos no estúdio da Rockit!, compondo, tocando, tirando som, gravando. Depois montei uma banda fantástica, os novos Jabolaques. Foram quase três anos tocando e rodando muito. Foi realmente um período muito feliz para todos os envolvidos, do início ao fim. JP – Quais são os seus projetos futuros? E, para finalizar, deixe uma mensagem para os seus fãs. Estou em processo de lançamento do show ao vivo de “O Amor segundo Herbert Vianna”, e pretendo rodar bastante com o show. Já começo a pensar no próximo volume desta série o amor segundo… quero fazer mais quatro volumes. Aos fãs, eu sempre só tenho a dizer obrigado, obrigado e muito obrigado. Sempre em frente.