
O Rio é o coração do Brasil. Os grandes acontecimentos desde a colônia se deram aqui. Para cá rumaram pessoas de todas as partes do país e aqui formaram a gene carioca. O carioca, portanto, tem um sentimento de nação. Os demais estados, advogam interesses locais, o que é completamente justificável. Com a mudança da capital para Brasília, o Rio perdeu a centralidade natural e política e, com isso, precisou se adaptar e buscar suas identidades e meios de subsistência. O nosso desafio é aliar o Rio do Brasil ao Rio desenvolvimentista.
Minha família é carioca da gema tendo raízes de migração Pernambucana, imigração Alemã e Portuguesa. Conheço cada rua, cada esquina daqui e tenho a vaidade de ter amigos em todos os bairros da cidade: entender a lógica dos bairros e da alma carioca é um patrimônio do qual tenho maior orgulho. Creia, Chico, a beleza do Rio é a alma carioca que se expressa em cada localidade, com suas peculiaridades.
JP – Você teve presença importante no cenário político do Rio, inclusive presidindo a comissão de turismo da Alerj, pode nos falar um pouco?
Foi uma honra coroar minha vida política com o mandato de deputado. Pude continuar o trabalho que comecei com o Prefeito Cesar Maia, de quem tive todo o incentivo e apoio. Na Prefeitura, iniciamos a reformulação de todos os quiosques da orla, criamos os Polos Gastronômicos e buscamos soluções para o comércio de rua, dentre outras conquistas.
Na Comissão de Turismo, com a luxuosa assessoria do Professor Bayard, pudemos debater profundamente caminhos para estruturação da atividade no Rio. Na época, tínhamos verba federal destacada no PRODETUR. Além disso, fizemos a primeira pesquisa sobre Turismo em cidades do Estado: Rio, Parati, Búzios, Petrópolis e Angra foram radiografadas e os resultados nos deu uma real dimensão do que pensam os moradores dessas cidades em relação à atividade. Surpreende a importância que o cidadão dá para os empregos que o turismo gera. O Turismo é sim percebido.
JP – Sua passagem pela Riotur na gestão do José Eduardo Guinle lhe fez se aproximar do Carnaval?
Minha família sempre foi ligada ao Carnaval. Desde os tempos do corso e das grandes sociedades, sempre fomos festeiros. Meu pai sempre incentivou a cultura musical, especialmente popular, dentro de casa, coisa que aprendi desde a tenra idade. Minha mãe Cecilia, tem um raro bom gosto musical, torcedora do Salgueiro, não perde um desfile.
Na Secretaria de turismo, José Eduardo Guinle ensinou a importância do Trade Turístico e seu importante papel na vida da cidade. Na administração, agregamos importantes adequações ao Sambódromo e inauguramos a tão sonhada fábrica de alegorias, a Cidade do Samba.
JP – O Direito é sua paixão atualmente ?
Sempre foi, Chico. Uma tradição desde o Conselheiro Andrade Figueira, meu tataravô, um grande jurista e Conselheiro do Império. Depois, meu pai, Sebastião Figueira, que foi Procurador do Estado, adentrando na carreira no primeiro concurso para Procurador do Estado da Guanabara, além de advogado brilhante e combativo, fonte de inspiração. Por fim, meu irmão, Henrique, que construiu uma linda carreira no Tribunal de Justiça do Rio.
Então, está na massa do sangue esse amor pela justiça e pelo ofício.
Hoje, eu e meu sócio Marcelo Figueira exercemos uma advocacia contenciosa com estratégia e organizada para atender demandas cíveis, o que tem muito tem me realizado. Temos uma briosa equipe da qual nos orgulhamos.
JP – Vejo que você ainda consegue um tempo para viajar, quais são seus destinos preferidos falta algum ?
Verdade, Chico. Viajar é um grande prazer e as facilidades que se apresentam tornam o mundo muito acessível. Sou eclético em meus destinos. Quero voltar a Asia em breve, mas nada supera o nosso Rio. Incrível como aparecem opções de turismo a todo momento: Petrópolis, Búzios, Parati, Angra e Resende podem nos surpreender sempre.
JP – Quais os principais problemas do Rio? Como buscar soluções?
O Rio precisa ser mais produtivo e gerar riquezas. O Governo do Rio não para de pé: não tem recursos para investimento, vive de soluços e de uma política arcaica. Precisamos reformular isso, criando políticas sólidas de desenvolvimento. De um lado, ter um apoio incondicional do governo central na área da segurança pública e, de outro, na estruturação da atividade produtiva.
JP – Como bom gourmet, cite por favor 2 restaurantes que fazem a diferença no Rio.
O restaurante Marinho, no Posto 6, é sempre minha primeira opção. Lugar inigualável onde encontro todo mundo. No meu bairro, Botafogo, surgiu uma pizzaria digna de nota, a Oficina Local, na Arnaldo Quintela, que não deve nada para as melhores que já comi.
JP – Quais são seus grandes desafios nos próximos anos?
Chico querido, a vida é feita de desafios e ciclos. Adoro e vivo cada momento. Quero consolidar nosso escritório como referência na área do Contencioso Estratégico, aprimorando ainda mais nossos processos e a forma de tratamento aos nossos clientes. No ponto de vista pessoal, o objetivo é viajar mais, cuidar da saúde e ver o meu Botafogo campeão do mundo!