
File source: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roberto_Saturnino_(17069549234).jpg
Por Mauro Magalhães – Ex-deputado e empresário.
Tenho muitas alegrias no meu cotidiano, mas também tenho tido algumas tristezas..
Recentemente, fiquei triste com as notícias de que morreram meus amigos, Saturnino Braga (1931- 2024), deputado, senador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, e José Canosa Miguez, arquiteto, designer, ex-presidente da Rioluz.
Filho do engenheiro Francisco Saturnino, diretor do Departamento de Estradas de Rodagem ( DNER), nas primeiras décadas do século XX, Roberto Saturnino Braga também se formou em Engenharia, em 1954.
O avô de Roberto Saturnino Braga, Ramiro Saturnino Braga, e seu pai, Francisco, foram deputados federais pelo Rio de Janeiro.
Ramiro Saturnino Braga era ligado ao presidente Nilo Peçanha e o pai de Roberto, Francisco, era aliado do genro de Getúlio Vargas e interventor getulista, no Rio de Janeiro, Ernani do Amaral Peixoto.
Roberto Saturnino Braga trabalhou durante alguns anos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico ( naquela época, a sigla era BNDE). Especializou-se em Engenharia Econômica.
Eu conheci Roberto Saturnino Braga nos anos 60. Quando eu me elegi, pela extinta UDN, deputado estadual pelo antigo Estado da Guanabara.
Roberto Saturnino começou na política nos anos 60. Filiado ao PSD, partido criado por Getúlio Vargas e que era, também, a sigla de Juscelino Kubitschek, Amaral Peixoto e Benedito Valadares, ele se elegeu deputado federal, exatamente, em 1962.
Nacionalista e de esquerda, Roberto Saturnino não foi cassado, em 1964, mas teve sua candidatura impugnada, no governo de Castelo Branco. E, retornou ao BNDE.
Eu, também, fui cassado, em 1969, por causa da Frente Ampla, e reencontrei Roberto Saturnino, já, no MDB, em 1974, quando ele foi convidado por Amaral Peixoto para ser candidato ao Senado, pelo Estado do Rio de Janeiro, em uma campanha improvisada.
Saturnino venceu a eleição e se tornou uma das principais lideranças do PMDB no Estado do Rio de Janeiro.
Eleito senador, em 1982, na chapa de Leonel Brizola, eu encontrei muitas vezes o amigo Roberto Saturnino Braga.
Em seu último mandato, como senador, Saturnino Braga estava sempre presente em eventos que eu e ex-deputados estaduais promovíamos , no Rio de Janeiro . No início dos anos 2000, eu, Saturnino Braga e o ex-deputado José Gomes Talarico almoçamos juntos, inúmeras vezes.
Saturnino gostava de prestigiar os amigos e esteve em lançamentos de meu livro, O Sonhador Pragmático, sobre o Carlos Lacerda.
Devo muito ao amigo José Canoza Miguez, grande arquiteto, o incentivo para publicar, nos anos 90, meu livro O Sonhador Pragmático, que foi uma das primeiras biografias sobre Carlos Lacerda.
A morte de José Canoza Miguez, que, além de grande colega, era também integrante da Confraria dos Amigos da Barra da Tijuca e do Bloco Pintassilgos, aconteceu na semana passada. E, foi lamentada por todos os que o conheceram.
Arquiteto e urbanista, Miguez foi vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, ex-presidente da Rioluz, professor universitário, conselheiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Amigo dos amigos, Miguez cuidava do projeto do meu livro de Memórias, sobre Minas, onde nasci, o antigo Estado da Guanabara, o Rio de Janeiro, Petrópolis, Vila Isabel e a Barra da Tijuca, lugares por onde passei nesses meus 89 anos, e, também, sobre Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola, políticos com quem convivi, além de outros, que admiro, sobre o meu time , o Fluminense, meus amigos e a minha família.
Um brinde a Saturnino Braga e ao amigo, José Canoza Miguez.