
Impecável, como sempre, o texto do artigo de Ana Dubeux (“Nós que amamos Brasilia”- Correio- 16/04). Segundo Ana, “A capital é centro de vivência, convivência e experiências compartilhadas”. As verdades impressas de Dubeux orgulham e estimulam brasilienses de todas as origens. Afirma a diretora de redação do Correio: “Assim como a cidade, vivemos nossas crises, com a dignidade de quem conhece bem a missão de seguir em frente, sustentando seus propósitos”. Nessa linha, endossando os argumentos de Ana Dubeux, recordo trechos de depoimento que dei ao Correio Braziliense, ao lado de outros jornalistas, como Hélio Doyle, Roberto Macedo e Alfredo Obliziner (já no céu), pelos 20 anos da capital federal. No jornal de 21 de abril de 1980. O tempo voa, mas as palavras ficam, muitas delas sempre presentes e que precisam ser cobradas e salientadas: Confio num futuro cada vez mais digno e melhor para todos que aqui vivem; mais sorte, com mais oportunidades para a maioria. Mas, para isso, mãos à obra! Nada cai do céu, a não ser chuva. Que impere o sentimento de ordem. Não só no lar, mas na escola, no convivio com a sociedade. Dentro do respeito à lei, dos direitos humanos, no amor ao futuro e no acatamento aos conselhos do passado. Que diminuam as injustiças. Estas liquidam com as esperanças da juventude, que, como refugo, acolhe-se no torpor do vício, para anestesiar os espinhos de desencantos. Os governantes precisam lutar para acabar com isso. Sendo Brasilia a capital do país, suas responsabilidades com a comunidade naturalmente ficam redobradas. Quando falo de governantes, incluo o Presidente da República e ministros de Estado e de Tribunais Superiores. Politicamente, creio que o povo de Brasília deva ser ouvido e cheirado. Não concebo reformas sem a aquiescência do povo, sem o pronunciamento da maioria. O candango não merece os ventos da abertura? Entre o governo de Brasilia e a comunidade, a afinidade deve ser, sempre, mais ampla e aberta. Os interesses se conciliam. Da mesma forma as contrariedades e prejuizos. Entremos nessa. Dando o que o povo quer, Brasília ficará melhor. A recompensa maior, no caso, será para nossos filhos.