
A boa e internacional colunista Denise Rothenburg (Correio Braziliense- 25/11) exagera, destacando, com frequência, o sinistro Davi Alcolumbre como Santo de igreja. Deveria, então, nesta linha, por dever de ofício, informar aos leitores, porque considera Alcolumbre “quiçá futuro presidente do senado”, já que as eleições para o cargo estão distantes. O sabichão do Amapá tem o costume de engavetar, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça(CCJ) pautas de interesses do governo. Libera a conta gotas, na medida que as demandas pessoais dele são atendidas. Capricha no jogo baixo. Davi já presidiu o senado, quando venceu, em eleição fraudada, disputando com o senador Renan Calheiros, que desistiu, quando percebeu a sórdida trama. Nesse sentido, recordo e saliento traços marcantes de Alcolumbre, revelados, há dois anos, pela revista “Veja”. A publicação trouxe informações e detalhes minuciosos e irretocáveis das ações nada republicanas do capo das rachadinhas no senado. Na época, Alcolumbre estrilou, exibiu falsa indignação, mas não convenceu ninguém com desmentidos capengas. O aforismo criado pelo senador correu o Brasil: “Eu te ajudo e você me ajuda”. Mesmo diante de fatos e denúncias apuradas e comprovadas pela revista, com contracheques e depoimentos das ex-funcionárias que eram obrigadas a entregar a maior parcela dos salários, o franciscano Alcolumbre blasfemou, jurando que o idealizador das rachadinhas era o chefe de gabinete dele, o advogado Paulo Boudens. Como nos filmes de Sherloke Holmes, Boudens virou o mordono das peraltices do chefe. “Veja” lamentou, na edição seguinte, com novas revelações contra o senador pelo Amapá, que Davi acabe como santo de pau oco da escabrosa história, deixando a fama de bandido para o operoso chefe de gabinete. É o fim da picada. Pobre senado.