
Meu entrevistado dessa semana começou na TV e hoje é empresário de futebol. Conversei com Acácio Ferreira. Confira!
JP – Olá Ferreira! Onde você nasceu? Fale de você e de sua infância? E, qual é a sua formação?
Olá primeiramente é um prazer falar com vocês. Sou nascido e criado em Jacarepaguá. Tive uma infância muito boa, soltando pipa, jogando bola na rua, jogando bola de gude, enfim, tive esses privilégios que as crianças de hoje não têm.
Minha formação é de nível superior formado em Cinema.Sou conhecido como Ferreira no meio futebolístico.
JP – Cinema? E Empresário de Futebol? Explica para mim?
Sim, sou formado em Cinema e trabalhei quase a vida toda no Teatro e na Televisão, só que em 2020 fiz a transição para o futebol.
JP – Por que você migrou da área da televisão para a do esporte?
Na verdade eu fui muito feliz na TV, só que na época da pandemia, eu estava muito ocioso dentro de casa e de tanto falarem da minha boa relação nos clubes de futebol, eu acabei decidindo abrir minha empresa.
JP – Qual é a função de um empresário de futebol? Atua em alguma área específica?
Essa é uma pergunta bem complexa, pois, principalmente para quem está começando, acabamos fazendo de tudo um pouco.
Se você trabalha com meninos na base dos clubes, você acaba sendo um pouco de pai, irmão mais velho, conselheiro.
Dá muito trabalho e não é fácil.
Além do mais, como são menores de idade, eles podem trocar de empresários a qualquer momento, pois a CBF não nos protege.
E tem o empresário intermediário que é o que eu venho fazendo ultimamente.
Ou seja, o jogador não precisa ser seu, para que você possa fazer uma negociação.
Dessa forma eu atuo como um intermediário do negócio.
JP – Quais são os requisitos necessários para você empresariar um atleta na área de futebol? Ou não há requisitos?
Abrir sua empresa dentro da CBF, fazer captação de atletas e colocar nos clubes/ e ou/ já captar nos clubes.
Tentar fazer bons relacionamentos, pois sem eles não se consegue nada.
Ser perseverante, ser sempre honesto com as pessoas, fazer alguns cursos dentro da Confederação Brasileira de Futebol para se aperfeiçoar.
Acho que isso é o básico.
JP – Como você analisa o futebol brasileiro? Está havendo renovação?
O futebol brasileiro de uns anos para cá vem numa crescente muito grande.
Hoje somos a maior potência no futebol sul-americano e chamamos atenção de vários países no mundo não só pela dificuldade do campeonato, (o campeonato Brasileiro é praticamente o único no mundo onde de 20 equipes, pelo menos 10 times tem condições de ser campeão), como também na questão financeira.
Anos atrás qualquer jogador de futebol gostaria de jogar na Europa, o conhecido velho continente.
Hoje com a potência financeira que temos no Brasil muitos jogadores fazem o caminho inverso.
O futebol é hoje o maior entretenimento Mundial, sem dúvidas nenhuma.
JP – Se o jogador enfrenta problemas judiciais, de família ou no casamento, isso também é um problema do empresário?
Gostei dessa pergunta.
O Empresário é responsável por tudo que acontece na vida de um jogador.
Claro, que em alguns casos, o próprio empresário acaba “desistindo” do atleta.
Por isso, temos que estar sempre atentos, nessa hora, pois somos psicólogos, pai, irmão mais velho…
Como eu citei lá em cima.
Mas, o motivo de eu ter gostado dessa pergunta, não foi exatamente por isso.
É porque, abre um precedente para que eu fale de uma coisa importante que é a violência doméstica.
Infelizmente a violência contra a mulher vem atingindo também o futebol mundial.
O lado positivo é que as autoridades mundiais estão mais atentas a isso e se antigamente “passava-se pano” em certas atitudes machistas; atualmente isso perdeu espaço e vem complicando a vida desses cidadãos que fazem mal para a mulher.
Existem histórias lindas no futebol que simplesmente vão para a lata do lixo.
Mancham toda uma carreira por agressão ou algum tipo de assédio sem limite.
O legal é que hoje em dia até a própria torcida fica contra o atleta, mesmo que ele seja um ídolo.
Existem protestos dos clubes contra o jogador, existem protestos dos clubes adversários e da torcida adversária também contra esse elemento…
Eu por exemplo, tive um jogador estrangeiro nas mãos, conversei com quase 20 clubes e não o aceitaram, mesmo sendo um craque e campeão mundial.
Justamente por ter na justiça do seu país um imbróglio com a ex-mulher.
A relevância nesses casos vem tendo grande repercussão e estão sendo tratados como pessoas que num futuro próximo podem ser banidos no futebol.
Acho isso excelente, porque devemos sempre tratar bem uma mulher.
E só para encerrar uma frase que sempre falo: “nenhuma mulher sorri de onde outra sai chorando”.
Por um mundo melhor sem homofobia, racismo ou qualquer tipo de violência.
JP –8- Você realiza algum trabalho com menores de áreas de comunidade ou pobres de periferia na área do futebol? Já viajou muito?
Eu já tive um projeto. Porém, é muito difícil você manter.
Por diversos aspectos.
Além do que, toda pessoa que chega querendo se associar ao negócio sempre visa somente o dinheiro e eu não trabalho dessa forma.
Sobre viagens…
Estou sempre viajando pelo mundo essa é a melhor parte.