
JP – Quando você começou a se interessar pela arte de representar e por escrever?Desde criança, sempre gostei da ideia de atuar e de escrever. Minha mãe e minha avó foram maravilhosamente irresponsáveis, me levando muito pequeno para ver “filmes de adulto”. Eu ficava fascinado no cinema, com vontade de fazer aquilo um dia.
JP – Qual é a sua formação no campo das artes cênicas?
Estudei teatro por muito anos no Tablado e me formei em cinema na PUC. Depois, as peças e filmes foram me ensinando uma coisa ou outra.
JP – Você lê desde jovem? Quais são os tipos de leituras que você mais gosta?
Sim. Eu era muito elétrico quando era criança/pré-adolescente. Os livros me ajudavam a centrar. Gosto de ler de tudo. Desde romances, até peças de teatro, livros técnicos, estudos sobre determinado assunto, crônicas, contos.
JP – Qual é a importância do Amir Haddad, diretor do grupo Tá na Rua, para a sua formação como ator?
O Amir é um mestre absoluto! Por ele tenho verdadeira devoção. Aliás, toda gente de teatro tem. É uma maravilha estarmos vivos no mesmo tempo que Amir Haddad, podendo escutar suas opiniões sobre o teatro e o mundo. Tive uma experiência transformadora com ele. Sinto que ali me tornei um artista de verdade.
JP – Atuar como ator no cinema, no teatro e na televisão é a mesma coisa, ou são espaços de atuação distintos? Justifique.
É a mesma coisa ao mesmo tempo que não tem nada a ver. A essência da ideia de atuar parte de um mesmo lugar, porém são veículos com linguagens diferentes. Mas hoje em dia, existe um espaço híbrido, em que a televisão se aproxima do cinema e o teatro do audiovisual e o cinema pode ter muita liberdade.
JP – Você é diretor da Cia. Involuntária de Teatro. Como se dá a sua atuação na Companhia? Quais as peças de teatro que você já dirigiu? Você também é o criador da Cia.?
A Cia Involuntária tem esse nome por ser uma reunião involuntária de pessoas. É uma companhia que muda a cada espetáculo e faz peças totalmente diferentes entre si, por conta disso. Estamos parados, desde antes da pandemia, mas a ideia é começar a pensar num novo projeto, muito em breve. No teatro, dirigi alguns espetáculos, como a Peça Ruim, Edward Bond Para Tempos Conturbados. E estou começando as leituras de .entópicos, uma peça que eu deveria ter estreado antes da pandemia.
JP – No seu ponto de vista, quais são os ingredientes necessários para se elaborar um bom roteiro?
Uma boa história para se contar é o primeiro ingrediente. A estrutura é outro aspecto fundamental. Ela é a engenharia do prédio, que impede ele de cair. E precisa ser trabalhada de acordo com o tipo da história. E acredito que autenticidade, envolvimento, pesquisa, fazem muita diferença.
JP – Qual foi a importância da Rede Globo de Televisão para a sua carreira de ator?
Foi meu primeiro trabalho mais sério. Me ensinou muitas coisas. Mas ao mesmo tempo, eu era muito novo. Tinha 15/16 anos.
JP – Reco! Esse era o seu personagem em Malhação. Como foi interpretar o personagem? Quais as lembranças que você tem do período de atuação em Malhação?
Como falei, eu era muito novo, então fui aprendendo enquanto fazia, sem entender muita coisa também. Durante anos tive vergonha de mim, da minha atuação nessa época. Hoje em dia, me divirto quando passa uma reprise no Viva. Consigo me ver como o adolescente que eu era.
JP – Quais são os seus projetos futuros? E, para finalizar, deixe uma mensagem para os seus fãs.
Estou trabalhando no filme SETE ESTAÇÕES, um longa-metragem que se passa inteiro dentro do cinema Estação Net Rio! Além disso, estreio uma peça no fim desse ano. Fora isso, estou trabalhando em outras peças, filmes. 2024 vai ser um bom ano!