
Conversei com Francisco Martins, jornalista de moda, stylist, produtor de desfiles e escritor. Formado em jornalismo de moda e Stylist pela ENMODA – SP e Modelo, Manequim e Vitrinismo profissional pelo SENAC, já participou de grandes campanhas de moda no Brasil e exterior. Além disso, Francisco Martins já assinou alguns desfiles e editorial de moda para publicações em revistas no eixo Rio e SP, desenvolvendo campanhas. Agora ele lança o livro ” Quem Precisa de Etiqueta? ” que tem a proposta de ser um “Guia diário” para orientar e direcionar de forma correta as pessoas, como se comportar adequadamente no seu dia-a-dia perante à família, no trabalho, com os amigos na internet. Nosso papo está maravilhoso, confira!
JP – Olá Francisco! Você está lançando Quem Precisa de Etiqueta? Você poderia nos apresentar o principal argumento da obra?
Quem precisa de etiqueta? Há alguns anos venho observando o comportamento na sociedade, é natural que, até por obrigação profissional, eu tenha ficado mais atento ao que as pessoas definem como “imagem pessoal”. No entanto, sempre me surpreendo com o que tenho vivenciado na área social e profissional. Incentivado pela insistência de alguns amigos, resolvi escrever este livro. No livro desenvolvo os pilares da etiqueta pessoal; profissional; à mesa e na internet, com objetivo de resgatar o uso das boas maneiras e costumes na sociedade! A proposta de
elaborar o livro “Guia diário” tem o propósito de orientar e direcionar de forma correta as pessoas, como se comportar adequadamente no seu dia-a-dia perante à família, no trabalho, com os amigos na internet -, mas, pensando bem, como será que cheguei a entender dessas coisas? Não foi tão
simples, venho de família humilde e minha mãe desde pequeno nos ensinou em casa a respeitar as pessoas e saber se comportar em público. Na minha adolescência participei de várias atividades coletivas como: instrumentista de bandas marciais, jogador de basquete, atletismo e desfiles de moda, onde havia uma grande mistura de pessoas de diferentes classes conviviam ali e, de uma forma ou de outra, acabavam se entendendo. Acho que nesta fase comecei a desenvolver as primeiras noções de saber conviver em coletividade, onde temos que respeitar e viver em união com todos os membros do grupo sem discriminação e inclusão. Era uma questão de sobrevivência, aprender a conviver com grupos ou seria excluído sumariamente. Transgredindo uma série de regras, conheço bem aquela sensação de “nada me obriga a seguir este modelo, posso muito bem ir
pela minha cabeça”. Claro que se pode. Mas, no início da minha carreira como profissional formado pelo curso de modelo do SENAC, fui evoluindo com o primeiro contato com a ETIQUETA social, profissional e à mesas através das aulas que o curso proporcionava no preparo profissional dos alunos. Em seguida termino a faculdade de hotelaria na UNIPLI, o convívio era diário no que diz
respeito à prática etiqueta nos trabalhos e no social, vejo que as regras existem para facilitar nossa vida e não para complicar. São formas de comportamento testadas e modificadas através dos séculos para que o entendimento entre as pessoas possa fluir com mais naturalidade. Seguindo
algumas diretrizes básicas, a chance de vivermos melhor é muito maior do que se inventarmos novos códigos de comportamento que só farão comprometer o equilíbrio de nossas relações.
JP – Quando você começou a se interessar em trabalhar com moda?
Na adolescência me despertou esse desejo pela moda, participei de vários desfiles até que resolvi me aperfeiçoar na área de moda profissionalmente, e através do curso de modelo e manequim profissional SENAC. Desde então, estou no mercado da moda. Trabalhei como modelo profissional e produção de desfiles, campanhas de moda e professor de modelo manequim nos cursos (Marlize Martinho, Maison Janaina Manhãs, Agência Tiger, Marcio Cabral escola de modelos e Modelo Arte) Produtor do Garota Icaraí – jornal o Fluminense, Produtor desfiles “Natura Beleza”, Produtor dos desfiles Niterói Shopping. Assinei algumas colunas de moda Jornal OPÇÃO e ESPELHO, Produção de capas de revistas e livros. Produtor e coreógrafos de vários desfiles e concursos de Miss. Na atualidade assino colunas de moda nas revistas Vislun e Artecult e curadoria
e produção dos desfiles School Models Fashion Show.
JP – Como se deu a sua formação na área?
Formado pelo curso de modelo e manequim Profissional SENAC, em Vitrinismo profissional SENAC, trabalhei como modelo profissional agência internacional Francesa “PROPOSTA”, formado pelo curso de Produção de desfiles, Stylist e Jornalismo de moda pela Escola ENMODA SP.
JP – Quais são os seus estilistas preferidos? Justifique.
Tenho alguns estilistas internacionais e nacionais tais como: Giorgio Armani pela alfaiataria impecável na sua construção de estilo; Domenico Dolce e Stefano Gabbana pela ousadia na construção das peças que valoriza corpos, Donatella Versace pelo colorido vibrantes com ousadia na construção das peças, Lenny Niemeyer pela moda praia impecável em valorizando a silhueta feminina, Alexandre Herchonovitch pelo estilo eclético e revolucionário nos looks com linguagem moderna e urbano, Lino Villaventura pela maestria de costurar com arte nos corpos , Almir França pelo trabalho da moda sustentável através da transformação de peças upcycling. Entre outros.
JP – Qual é o seu estilo de moda preferido?
Meu estilo predileto é o clássico para uso pessoal, mas não tenho um estilo específico, gosto de ousar e desconstruir a moda entre os estilos para provocar essa discussão entre os estilos: clássico,
moderno, eclético, urbano, street wear.
JP – No Brasil, como está estruturado o mercado da moda?
O mercado da moda brasileira tem sua estrutura definida, mas precisa alinhar a tecnologia de qualidade para alcançar o mercado consumidor. As marcas, mercado têxtil, indústria calçados, design acessórios e cosméticos beleza, precisam caminhar para o universo da sustentável para competir no mercado internacional que trabalham com selo qualidade. A tecnologia IA veio para ajudar nas soluções que antes eram impossíveis de resolver pelos olhos dos homens. A IA tem papel na evolução e
agilidade nos processos de criação da moda.
JP – É possível relacionar moda e desigualdade social?
A moda está totalmente relacionada a desigualdade social no brasil, a realidade de consumo é fator preponderante para essa diferença. O valor de consumo reproduz essa divisão social. A moda
pode ser um símbolo de status e exclusão podendo ser uma ferramenta de transformação social, isso vai depender da forma de produção e consumo, trazendo reflexos desigualdade na sociedade.
JP – Como relacionar moda e diversidade de gênero?
A moda está relacionada à diversidade de gênero desde do momento em que não acata a moda agênero como conceito. A sociedade precisa de trabalho estrutural para inibir o PRECONCEITO com o uso de peças AGENERO. Aos poucos algumas marcas estão deixando de fazer as seções “femininas e masculinas”. Assim como os tamanhos P, M, G e GG que ficam constrangidas em revelar o seu tamanho de roupa. A moda brasileira, com a sua diversidade cultural e criatividade, tem um papel fundamental na quebra de estigmas e
na promoção de uma sociedade que celebra a diversidade humana.
JP – Qual foi a importância de Zuzu Angel?
A Zulu Angel (costureira) estilista que foi a precursora da moda Brasileira no exterior. O motivo foi terrível, mas ela transformou esse movimento para divulgar e promover a nossa moda no exterior. Estilo artesanal com costuras e modelagem específica no seu estilo. Importante papel na construção da moda brasileira. Hoje, o seu instituto realiza trabalhos para manter o legado as Zuleika de Souza Netto.
JP – Quais são os seus planos futuros?
Tenho o propósito que a moda seja assertiva e acessível a todos independentemente da sua classe social,
raça e cor! Tenho a certeza que, através da ETIQUETA todas as pessoas possam ter a possibilidade de obter conhecimento e acesso a novos conhecimentos (pessoal e profissional). A moda tem um grande poder na sociedade de expressar personalidade através das roupas. O seu estilo pessoal irá possibilitar o acesso a grandes oportunidades no mercado de trabalho e na sua vida pessoal. Gostaria que as etiquetas social e
profissional deixem de ser vistas como cafona e ultrapassada! Muitas das vezes deixamos de participar de eventos com o receio de enfrentar situação desconhecida social ou profissional, quem nunca passou por
situações em que só podemos contar com a nossa própria desenvoltura e capacidade de improvisar? Mas, como encontrar a maneira correta para desempenho num momento de decisão? Como improvisar num momento solene? Como improvisar num momento solene? E, principalmente, como saber se comportar na vida social e profissional com elegância, sem cometer gafes e, ainda assim, expressando bem nossos objetivos? Acredite: o conhecimento básico de etiqueta pessoal, profissional e na mesa irá orientar o caminho
correto para você saber pilotar a mesa; pilotando os alimentos que iremos comer como alguns alimentos que causam mais dúvidas; pilotando a nós mesmos seria como lidar com as nossas dúvidas e medos. Na verdade, etiqueta não é um conjunto de regras sem sentido que existem para complicar a nossa vida. Os ensinamentos são esclarecedores com fácil aprendizado, que está fundamentada em costumes testados e
aprovados através de séculos, sempre baseados no bom senso. A etiqueta é um código de relacionamento e,como tal, o seu conhecimento (e uso) só pode melhorar o nosso dia-a-dia. Porque etiqueta, no fundo, é isto: gestos de bom senso, sinceridade e carinho agrupados de forma a facilitar e embelezar a nossa vida. Pode apostar. Espero que essas noções de etiqueta ajudem a melhorar a sua vida. Afinal de contas, a gente merece, não é? Um grande beijo! Francisco Martins.






