
Tudo indica que há no firmamento, um anjo carimbador, que determina quem na Terra vai ser genial. Tudo muito bem planejado, pesquisado e sacramentado.
Esses querubins fazem uma espécie de separação, na linha de montagem, quando do acabamento para despacho por meio das cegonhas. Fica lá timbrando a bundinha dos bebês, cujo cabedal intelectual tem primazia e vai dar mostra à que veio no planeta azul. Mas, como os identificam quando por cá são entregues pelas aves da ordem dos ciconiformes? Pelos nomes. Já há um ‘combinemos’ que Joaquim e Nelson são a designação para genialidade.
São jornalistas, intelectuais, líderes, revolucionários… muitas das vezes, tudo isso e mais um pouco junto e misturado, numa fórmula químico-físico-matemática que dá incrivelmente certo, aquela geleia geral que todos já estão crentes em saber
Basta dar uma olhada na história, que não precisa ser tão profunda, para identificá-los. Na turma dos Joaquins temos:
Joaquim Pedro de Andrade, o genial cineasta de “Macunaíma”, baseado na obra homônima de Mário de Andrade, considerado pela ABRACINE um dos melhores 100 filmes brasileiros e “Garrincha, Alegria do Povo”.
Joaquim Manuel de Macedo médico e romancista, não necessariamente nesta ordem, autor de “A Moreninha”. Era também jornalista, orador, professor de geografia e história do Brasil no Colégio Pedro II, fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e da revista “Guanabara”.
Já na turma dos Nelsons se destacam:
Nelson Falcão Rodrigues. Escritor, jornalista, romancista, dramaturgo, teatrólogo, contista, frasista e cronista. Suas tiradas e frases geniais estão marcadas para sempre. “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos!” sentenciou.
Nelson Rolihlahla Mandela. De preso político, por 27 anos julgado injustamente por traição, a presidente da África do Sul e Nobel da Paz. Defendeu a democracia, as liberdades individuais, a justiça para todos os direitos humanos e a não segregação racial.
Nelson Pereira dos Santos. Fundador do Cinema Novo, adaptou obras de Jorge Amado e Graciliano Ramos para o cinema. “Vidas Secas” é o filme brasileiro mais premiado em todos os tempos. Sua filmografia é impecável onde se destacam: “Rio, 40 Graus”, “Rio, Zona Norte”, “Boca de Ouro”, “Como Era Gostoso o Meu Francês”, “O amuleto de Ogum” e “Tenda dos Milagres”.
Fiquei pensando, qualquer dia um anjo aprumado é capaz de dizer: “Vai, Joaquielson! Ser droite na vida”.















