7 de dezembro de 2023
Por Alex Cabral Silva – Colunista Convidado.
Tem sido comum afirmar que a Marvel não está nos seus melhores dias. O estúdio, casa de alguns dos personagens mais icônicos dos quadrinhos, vem sofrendo com números abaixo do que se acostumou a acumular ao longo dos últimos anos. Suas histórias adaptadas às telonas seguem levando fãs de diversas gerações aos cinemas, mas sua chegada nos serviços de streaming contribuiu ainda mais para expandir um universo compartilhado entre heróis e vilões que tornou quase impossível ver um filme como uma história só. Cada nova produção segue parte de um plano meticulosamente preparado para entreter os mais apaixonados, como foi visto nos filmes Vingadores: Guerra Infinita Vingadores: O Ultimato. O desfecho dado com essas duas produções as histórias iniciadas em 2008 fez a página de intenções da Marvel nos cinemas virar em 2019, dando início, ao mesmo tempo, a um período de boas vindas a novos personagens e de despedida a vários outros. Mas a repercussão de alguns lançamentos mais recentes e questões graves envolvendo atores protagonistas de futuros filmes, tem levado o estúdio a reconsiderar os planos dessa nova era, intitulada Saga do Multiverso. Corrigir a rota que planejaram até aqui no meio do caminho é uma tarefa difícil diante do peso da expectativa de fãs e entusiastas que analisam tudo com a maior das lupas que existe.
E em meio a tudo isso, chegou aos cinemas no último dia 9 de novembro, As Marvels. Continuidade da primeira aventura de Carol Danvers (Brie Larson), heroína conhecida como a Capitã Marvel, o longa junta três personagens já conectadas por razões distintas mas destinadas a se (re)encontrar. Monica Rambeau (Teyonah Parris) e a encantadora Kamala Khan (Iman Vellani) mostram uma interação empolgante e precisa com Carol, ao longo de 1h45, deixando bem claro que esse episódio entre elas vai mudar mais do que suas vidas. Os acontecimentos de WandaVision e Ms. Marvel, séries disponíveis no Disney Plus, são brevemente citados e, ao mesmo tempo, parte fundamental do ponto de partida dessa produção. Apesar de seus episódios terem seus pés bem fincados na Terra, em As Marvels, as três exploram ameaças em planetas de forte conexão com Carol, fazendo com que Kamala, a adolescente de Jersey City, explore as estrelas além do que sonhava em seu quarto.
Uma passada rápida pelas notícias sobre o primeiro fim de semana do filme nas telas, nota-se em destaque, a duração dessa produção (a menor entre os longas da Marvel) e cifras associadas a palavra fracasso, quando o assunto é a arrecadação na estreia, que ficou em torno de US$ 47 milhões nos EUA. No Brasil conquistou o topo de imediato, arrecadando por volta de R$ 9 milhões.
Deixando de lado números e certas cobranças, o que é altamente recomendável, As Marvels facilmente se junta ao grupo de filmes mais divertidos e descompromissados com sua parte numa nova saga que já está em curso. Tudo o que é dito, insinuado, considerando os filmes ainda por vir, não se sobrepõem à história das três que tem o longa-metragem em suas mãos, com seus arcos pessoais muito bem relacionados. As Marvels é parte de um todo autossuficiente e divertido, que não se cobra por seu papel episódico num plano maior em meio a um mundo que mergulha em amplificar os valores da bilheteria ao invés de destacar a oportunidade diversão.
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